quinta-feira, 6 de março de 2014

... Ansiedade Velada ...



Após mais um dia de espera, ao anoitecer sentei-me na beirada da cama e me pus a pensar. A inspiração me escapou, a urgência me ocorreu, e me deparei com um turbilhão de coisas acontecendo simultaneamente em minha mente. É incrível como as pequenas coisas, palavras e momentos parecem tomar uma proporção muito maior do que o normal em situações como esta. Os que me conhecem, sabem que estou prestes a fazer uma nova cirurgia no joelho e desta vez o sorteado foi o esquerdo. O pesadelo vivido com o direito volta a bater a minha porta, e sinceramente, estou um pouco cansada de fingir que está tudo bem para mim. 

Minhas emoções parecem estar cada dia mais a flor da pele, e manter o pensamento positivo, a calma e o auto-controle sobre elas vem sendo uma tarefa bem complicada nos últimos dias. Pode parecer exagerado, mas ando me sentindo assim mesmo, exagerada. Tem uma coisa presa na minha garganta, tem um sentimento escondido no meu coração, tem uma angústia crescente e pulsante, uma sensação de desamparo, de solidão, uma dor não física, uma falta de colo, de ombro, de abraço, de beijo, de eu te amo.

Carente? Sim, eu estou carente. Toda essa restrição e cuidado necessário por conta do joelho, me trazem um engessamento complicado de assimilar. Implica na desistência de uma série de eventos esperados, na impossibilidade de simplesmente ir e vir livremente. Implica em uma dependência  chata e desagradável demais para quem está tão acostumada a ir atrás, conquistar e resolver tudo sozinha. Ter ordens médicas para não pegar um simples ônibus, a fim de não correr riscos "desnecessários" é algo que te coloca em uma prisão sem grades. E isso sim é ser literal, ao pé da letra, e sem nenhum exagero.


Apesar de tudo, gostaria de agradecer imensamente aos meus amigos, aqueles que por pura questão da minha companhia aparecem para me resgatar por algumas horas dessa clausura toda. Se é que há de fato um ponto positivo em tudo que nos acontece nessa vida, nesse momento o meu seria esse. Descobrir que tenho ao meu lado pessoas que passam por cima de muita coisa para estarem aqui, estarem presentes, e principalmente por me fazerem sorrir, não apenas com os lábios, mas também com a alma. São poucos. Conto vocês apenas nos dedos da mão, mas a qualidade de vocês supera qualquer quantidade exagerada. Por isso, o meu muito obrigada a todos que fazem parte desse time. Sei que não preciso escrever seus nomes aqui, pois os destinatários deste parágrafo irão se reconhecer ao lerem, sem dúvida. Amo vocês!

No mais, se eu pudesse ter direito a um pedido especial, gostaria apenas de ter a sua mão para segurar a noite. O seu abraço, seu beijo, e principalmente o seu "vai dar tudo certo". Não é fácil, mas não é fácil mesmo não pensar em você, não te contar meus planos, não te encontrar. Minhas noites andam sem luar, e confesso, acordei achando tudo indiferente nos últimos tempos. Queria muito que você soubesse, e tivesse certeza do quanto sua ausência me arde no peito e na alma. Sinto sua falta de uma maneira irremediável e insustentável.

Bom, hoje o texto é curto, sem filosofias, despolitizado e acho que até desorganizado. Afinal, ando meio desorganizada também. Enfim, hoje é apenas um desabafo! Mas, mesmo assim, muito obrigada pela atenção de vocês paranóicos.

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