segunda-feira, 17 de maio de 2010

Momentos ...



Momentos... O palavrinha ingrata! Serve-nos tanto para o bem, quanto para o péssimo! Quem nunca teve momentos inesquecíveis vividos com seu grande, e ao mesmo tempo momentos horripilantemente horríveis vividos com essa mesma pessoa, que você quer desesperadamente esquecer? Pois é, essa tal palavrinha consegue nos elevar ao céu, nos dar lembranças para a vida toda, alegrias, surpresas e felicidade, com a mesma intensidade que nos joga no mais profundo dos abismos, no mais escuro dos becos e nos atribui a mais frustrante das desilusões!

Apesar de todos os pesares, se há uma coisa que não podemos e jamais poderemos negar, é o fato de que nossa vida é regida e guiada justamente por essa pequena e ingrata palavrinha; momentos! Colecionamos momentos de todos os gêneros, números e graus no decorrer de nossas vidas, e o fato mais curioso e intrigante nisso tudo, é que são exatamente eles que nos forjam e nos preparam para eles mesmos! Afinal, são os momentos de alegria que compensam os de tristeza, são os momentos de felicidade que suprem e nos dão alternativas para os de solidão e desapego, os sonhadores e ilusórios
que nos fazem suportar a realidade dura e suada que temos que levar... Enfim, eles auto compensam-se entre si, o que ao invés de os tornarem heróis ou vilões, de fato, acabam por torná-los apenas ingratos! Pura e simplesmente ingratos!

Tendo tudo isso em vista, resta a nós "apenas" o importante papel de atribuir significados e assimilações positivas ou negativas aos momentos que passamos em nossas vidas. Ou seja, os momentos negativos aconteceram e se darão de forma proporcional aos positivos, restando a nós, a função de definir exatamente o que nos é, de fato, prejudicial ou que nos é definitivamente saudável!

Os momentos que passamos e vivenciamos em nossa existência enquanto seres humanos, não podem apenas simplesmente ser de todo mal e jamais serão também de todo o bem, logo, sempre e a todo minuto, temos de aprender e reaprender a lidar conosco mesmo, com nossos próprios problemas, ou ate mesmo com nossas alegrias particulares; tendo sempre em vista a questão do equilíbrio vivencial que tanto almejamos! Ou seja, felicidade demais, ou tristeza demais são igual e proporcionalmente prejudiciais a integridade do nosso ser, tornando assim, imprescindível e indispensável tanto a atividade quanto a ação, dessa palavrinha ingrata e chata, em nossa rotina diária.

Sem dúvida nenhuma, todos, ou ao menos grande parte de nós, já ouviu o famoso discurso de "o momento e a oportunidade é você quem faz". Eu pelo menos, já quase caduquei essas palavras no meu vocábulo de tanto escutá-las. O grande problema é que apesar de nós produzirmos e reproduzirmos essa "máxima" cotidiana, não aprendemos de fato, a aplicá-la em nossas vidas. Bom, se realmente temos todo esse poder de fazer nossos momentos e criarmos nossas próprias oportunidades, acredito eu, que seja justamente dentro desse contexto de aprendermos a classificar e reclassificar nossas experiências de aquisições e frustrações dentro de nossa realidade vivencial, tornando possível assim, não a perfeição, mas o equilíbrio sadio entre o caos e a normalidade do dia a dia...

terça-feira, 11 de maio de 2010

Desencontros, Fugas e Esquivas...


Confesso que comecei esse post de uma maneira, um tanto quanto diferente e inusitada para mim. É, isso ai. Exatamente! Pelo título, rs...

Em geral, nunca começo nenhuma de minhas escritas pelo título. Apenas vou escrevendo e posteriormente, depois do texto concluído é que penso com todo cuidado, é claro, em que título devo colocar, a fim de exprimir a essência do texto em apenas duas ou no máximo três palavras. Tarefa um tanto árdua para ser feita assim, sem nenhum material literário produzido.

Entretanto, para tudo nesta vida tem de haver uma explicação, e não seria a mim, pobre e reles mortal que essa máxima escaparia! Pois bem, era uma bela manhã de sol, acordei e não tinha muita coisa para fazer, era sábado e por ser feriado não tive aula na faculdade... Olhei pela sacada do meu quarto, com a mente ainda meio vazia. Vi o sol lá fora e comecei a pensar em várias coisas, sem muito sentido ou organização lógica, e em um dado momento de meu devaneio particular me vieram algumas intrigantes perguntas a mente... O que é nossa vida, afinal? Será que há mesmo um jeito "certo" ou "errado" de se viver? O que faz de nossas rotinas tão diferentes entre si, tornarem-se a mesma definição de vida para todos nós? O que nos assemelha tanto, mesmo com todas as nossas diferenças?

Confesso que fiquei com esse pensamento um bom tempo na cabeça, e cheguei a três palavrinhas que talvez, ou ao menos para mim, soaram como uma possível conclusão. O que é nossa vida, se não uma coleção de desencontros, fugas e esquivas? Desencontros amorosos, de opiniões, de palavras, de idéias. Fuga de situações, exposições, pesadelos. Esquiva de medos, problemas, coisas, lugares, pessoas...

Ora, caro leitor, quem de nós nunca passou por situações das quais não quer nem mesmo lembrar? Quem de nós nunca sofreu uma forte ou cruel desilusão amorosa, profissional ou pessoal? Quantos de nós nunca acordou com medo de um pesadelo, ou teve problemas que lhe tiraram o sono por diversas noites? Quem pode dizer que nunca sofreu por amor ou nuca chorou por uma grande perda? Pois é prezado paranóico, é isso que nos assemelha. Essa que é nossa vida, nossa sina, nossa rotina e não suportar encarar esses fatos como sendo fatos, é o que torna nosso mal-estar tão permanente.

Por isso é que torna-se tão difícil nos olharmos no espelho! Pois, esse simples "acontecimento" nos faria ter de encarar nossa realidade, olhar para o nosso verdadeiro ego, enfrentar nossas verdades ocultas, parar de culpar o próximo e ver nossas fraquezas mais intimas, aceitar nossa peculiar falta de atitude diante de nossas próprias reclamações e problemas, além de ter que perceber toda a nossa medíocre alienação particular!

Bem, caro leitor, o que quero dizer com tudo isso é que todos nós já passamos ou estamos passando por situações igualmente ruins ou até mesmo desesperadoras, mas o que nos faz obter sucesso nesses momentos é a forma pela qual conseguimos recepcionar, assimilar e agir frente aos nossos medos e até mesmo aos nossos erros e fracassos! É mesmo com todos os desencontros que sofremos na vida, conseguirmos nos encontrar interiormente conosco mesmo. É encarar nossos pesadelos mesmo que na realidade queiramos fugir deles o tempo todo. É não esquivar-se de seus próprios sentimentos, por mais que eles já o tenham feito chorar e sofrer! É não render-se ao padrão que nos é imposto pela sociedade, a fim de que nos tornemos apenas protótipos facilmente manipuláveis e altamente defeituosos, mas, ao contrário, é dar uma pane em nosso sistema atual e nos desconfigurar de toda essa alienação reinante. Então, pense, fale, compre, beba, leia, vote, use, seja, ouça, diga, tenha, more, gaste e viva intensamente! Mesmo que possa parecer estranho, mesmo que socialmente seja bizarro, seja você. Apenas você! E quem aí não tiver teto de vidro, sinta-se completamente a vontade para atirar a primeira pedra!