quarta-feira, 30 de junho de 2010

Eu quero ver gol...



Corações acelerados, respiração presa no fundo da garganta, a explosão de euforia e alegria desmedida crescendo no peito, o grito querendo sair, o atacante frente a meta adversária, a bola rola, o domínio, a ultima olhada para o alvo, a prece sufocada, o drible, a preparação, a expectativa, o chute... O som do estádio anuncia o acontecimento, um lado vibra, o outro cala-se... O coração dispara mais do que o imaginável, o grito descola-se da garganta e ecoa rasgando o ar, intensa e euforicamente do peito de mais de 190 milhões de torcedores...
 
Isso não é apenas futebol, não é apenas uma mera competição, nem envolve um mero esporte! É a representação do orgulho nacional, são 11 guerreiros que lutam em um gramado retangular, em nome de todos de uma nação! A responsabilidade é imensa, a camisa pesa, a bola pesa... Mas são 190 milhões de corações Brasileiros, 190 milhões de torcedores que nascem respirando futebol, crescem aprendendo a bater no escudo bordado na amarelinha e sentir orgulho de fazer parte dessa massa, orgulho de ser o que é, de ser quem é, orgulho de ser Brasileiro! Não como Decos, Cacaus, Tanakas e tantos outros que se repatriaram em lusitanos, nazistas, orientais e etc... Mas, como Zico, como Pelé, como Bebeto, Romário, Dunga, Cafu e tantos outros que verdadeiramente sentiram-se honrados em cobrir o peito com o manto verde e amarelo!
 
Nessa copa Brasil, os 190 milhões de torcedores, divididos em corneteiros, sofredores e espectadores, estarão sempre fiéis e ligados na telinha da TV para torcer e vibrar com nossa seleção... Vencemos os dois primeiros obstáculos e avançamos para as quartas de final, nosso adversário é a badalada Holanda, que além da badalação, vem para enfrentar a seleção Canarinho com sede de vingança pelas últimas copas, onde protagonizamos a queda da Laranja Mecânica no papel de seu algoz, além disso, vem com impecáveis 100% de aproveitamento na copa 2010, bom, é claro, ainda não nos cruzaram, mas, em não mais do que dois dias, esse status encontra-se fadado a mudar! Não, realmente não podemos subestimalos, afinal, são um time que tem camisa, tradição, história, e que vem aguerrido, lutando com garra, força de vontade, determinação e um imenso respeito ao manto laranja que lhes cobre o peito. Mas eu sou Brasil, eu sou a magia das copas, a capital mundial do maior esporte do mundo, e não abaixo a cabeça para ninguém! Sem dúvida, esse será nosso primeiro grande desafio nessa copa do mundo, mas, como sempre, "Eu vou que vou, vou do jeito que sei, de gol em gol, com direito a replay. Eu sempre vou, com o coração batendo a mil, é taça na raça Brasil"... Afinal, qual seria a graça ou o sabor, de ganhar o hexa sem guerra, sem luta, sem suor, sem raça, sem colocar o coração na ponta da chuteira, sem vibrar, sem sofrer? Nenhuma! Por isso Brasil, nós aqui apenas queremos ver gol, não precisa ser de placa, eu quero é ver gol!

 
Eu, meu coração, ah, esse não se engana! A batida no meu peito, o grito na garganta, são do futebol que é Penta! E que venham... Que venha Holanda, Uruguai, Gana, Argentina, Alemanha, Espanha, Paraguai... Eu não me intimido, não me apequeno! Somos o país do futebol, somos uma massa de 190 milhões, temos cinco estrelas bordadas no peito, e queremos mandar bordar a sexta.
E aí, vai encarar?!

terça-feira, 8 de junho de 2010

L'amour...


Afinal de contas, quem foi o desocupado que inventou o amor? Ou pior, quem foi que disse que ele é “ferida que dói e não se sente”? Não se sente? Bom, creio que deve ter sido no sentido figurado que o poeta poetizou a “poesia” que é o amor, certo?! É, acredito que dessa vez as estatísticas estejam do meu lado, afinal de contas, dez entre dez amigos meus já sofreram por amor, e olha que doeu hein Sr. Poeta, doeu bastante, tanto que até a mim foi tangível a dor dos meus, por ironia do destino, amados amigos...

Bom, mas, enfim, o que seria de nós pobres e reles mortais se não fosse a dor? O desamor? O desprezo? Não caro paranóico, eu não enlouqueci, pelo menos ao que me consta, ainda não... A dor é nada mais, nada menos, do que o combustível do crescimento e da auto-preservação para nós seres humanos, os maiores cabeças-duras do universo! É através do desamor e da dor causada por essa rejeição, que aprendemos a valorizar quem nos ama, a valorizar sorrisos sinceros, abraços verdadeiros, beijos calorosos; é justamente através do desprezo de alguns que aprendemos a inestimar o valor dos que se mantém de braços abertos para nós, mesmo quando erramos e dizemos que não vamos voltar mais! É apenas, e tão somente com nossos erros, que adquirimos a experiência necessária para acertar, e até mesmo a maturidade precisa para consertar e reaver as conseqüências das nossas próprias falhas.

Claro! É óbvio que a mim não escaparia essa tão preciosa e educativa virtude de sofrer, chorar, gritar, enfim, quase morrer de amor e por amor! Vivi épocas em que minhas depressões eram chamadas por seus nomes próprios a noite, senti queimar na pele e no peito, o desprezo e a rejeição feroz de pessoas que sem dúvida, foram até hoje as mais amadas e desejadas da minha vida! Por quantas e quantas manhãs, tardes e noites fiquei pelos cantos, um tanto quieta, recolhida, mergulhada em “my private world”, enquanto minhas mágoas veladas competentemente se responsabilizavam pelo transbordar de toda a água contida em minha alma... E olha Sr. Poeta, o Sr. só podia mesmo ser Lusitano para vir com esse papo de ferida que dói e não se sente, porque olha, sinceramente, doeu! Muito e incessantemente... Por vezes, aliás, por diversas e inúmeras vezes, acreditei cegamente que essa dor não passaria, que a falta de ar não teria fim, que o peso no peito e o pulsar descompassado de meu coração ao mesmo tempo cruel e docemente dilacerado me consumiria, que a manhã não chegaria...

Contudo, conforme disse acima, a dor é o combustível para muitas coisas, logo, apesar dos pesares, cresci muito, aprendi muitas coisas e com certeza amadureci em inúmeros aspectos... Custou-me caro, muito caro para ser sincera, mas, paguei o preço. E hoje, o que me pergunto é ... O que será de fato o amor? Sem dúvida, adjetivos e especulações que tentam explicá-lo e até mesmo expressa-lo genuinamente, é o que não nos falta, porém, o que ele realmente é? Por que ele acontece? Como surge? Será mesmo o fogo que arde sem se ver? A tal ferida que dói e não se sente? Ou um contentamento descontente, uma dor que desatina sem doer, o não querer mais que o bem querer, o solitário andar por entre a gente, nunca contentar-se de contente, cuidar que se ganha em se perder? É querer estar preso por vontade, servir a quem vence, o vencedor, ter com quem nos mata lealdade? Ou apenas como diria Ana Carolina, “o amor talvez seja uma música que eu gostei, e botei numa fita”. Será? Será o amor tudo isso? Será nada disso? Será o amor toda essa poesia, ou será apenas um substantivo do vernáculo nacional?

Bem, como diria o filósofo, só sei que nada sei. E ainda ouso complementá-lo... E possivelmente, nunca saberei. Afinal, como causar pode seu favor, nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor?

terça-feira, 1 de junho de 2010

Fobias e Preconceitos ...



Em pleno século XXI onde quem impera socialmente é uma louca, desesperada, desenfreada e frenética sede de globalização, muitas vezes acabamos fingindo novos estilos e idéias. E na loucura proporcionada pelo stress caótico do nosso cotidiano acelerado, acabamos por deixar passar despercebido a nós mesmos, esse nosso próprio fingimento particular. Atuamos em cima de conceitos modernos e novas concepções de opção de vida, tanto quanto desprezamos e massacramos os mais velhos e péssimos pré e pré-conceitos que carregamos conosco historicamente...

Fingimos tanto e por tanto tempo que passamos a acreditar em nossa própria mentira que diz sermos seres socialmente evoluídos, ou pessoalmente melhorados. Afinal, hoje em dia temos muitas, muitas e muitas soluções nas quais podemos nos apoiar para perdoar-nos de tudo o que sempre carregamos de herança preconceituosa, não é verdade? Ora, como não caros paranóicos? Nós, jogamos migalhas para as ditas “minorias” as quais chamamos, por exemplo, de “cotas”. Lindo! Realmente muito conclusivo e pontual para todo e qualquer problema de desigualdade social que pudermos ter. Cotas; cotas e mais cotas. Para negros, para os alunos do ensino público – ao invés de um ensino de qualidade, é claro – e até mesmo para os pobres! Acredite se quiser, mas até mesmo os pobres já possuem as tão famosas cotas criadas; o que de fato, me faz pensar no por que não existem ainda cotas para pessoas amarelas, para os imigrantes, as prostitutas, os gays e etc... Afinal de contas, todos esses grupos continuam sendo minorias sociais, não é verdade Lula?!

Bem, em tempos de parada gay possuir adesão de mais de 3,5 milhões de pessoas anualmente em São Paulo, e as vésperas do evento, não poderia eu, deixar de mencionar meu recado aos homofóbicos espalhados por aí... Deixem de ser ridículos meus queridos! Apenas vivam suas vidas; aliás, vivam e deixem viver... Ninguém, nunca, jamais, precisa aceitar nenhum tipo de condição, porém, assim como tudo nessa vida, o respeito é uma via que se dá em duas mãos! Logo, prezado Lula, sabemos que seu intelecto não atinge lá muita sabedoria, porém, não é pela aceitação que as minorias lutam. Não é por 5, 10, ou 15% de vagas cotadas na USP. Não, senhores hipócritas. A luta desses grupos minoritários, é exatamente a mesma batalha da grande massa social! É apenas e tão somente pelo seu lugar ao sol. Pelas suas famílias, filhos, amigos, dignidade e respeito!

Logo, aproveitando o ensejo do período eleitoral que se aproxima, façam-nos uma única gentileza ó prezados políticos e fétida imprensa, peguem suas carteirinhas de hipócritas oficiais e vão para a puta que os pariu!

Obrigada!

P.S.: Viva, cultive e celebre a diferença, afinal, o que seria de você, ó grande Lula, se as pessoas pensassem?! /reflita